Grupo: Amanda Patrícia de Oliveira, Francielly Tamiozo, Gracijane Mara de Oliveira
Por volta da Primeira Guerra Mundial,
vários movimentos artísticos surgiram trazendo novas propostas para a arte
moderna. Entre elas, destacaram-se o Futurismo e a Pintura Metafísica, como
principais tendências da época na Itália. Com propostas opostas, o Futurismo
veio como apoiador da Guerra, crendo que a sua realização traria expansionismo
mecatrônico à Itália, e trazendo como proposta artística a veneração à
velocidade. Já a Pintura Metafísica, em contradição ao anterior, trouxe obras
com propostas antagônicas à Primeira Guerra, com obras que mostram o silêncio,
a solidão e o mistério.
O movimento metafísico surgiu da obra
pictórica de Giorgio de Chirico, artista nascido na Grécia, porém considerado
italiano, por volta do ano de 1910, quando o artista pinta a obra El enigma del oráculo, quadro em que
convida o espectador ao silêncio, à meditação e ao sonho. A partir desse
quadro, De Chirico nos apresenta a sua proposta metafísica, sendo um
antagonismo à obra futurista, representando sempre o silêncio, com cores mais sóbrias
como branco e tons terrosos e acinzentados[1].
Nas obras de DeChirico há uma nostalgia
do antigo, do mistério e das ruínas. Ele tinha certa capacidade de fazer um
observador ter um novo e perturbador olhar sobre o que é familiar, recriando a
realidade através do seu eu interior. Como ele mesmo citou certa vez¹:
Ao meu redor, a faixa internacional de pintores modernos
se agitava estupidamente em meio de fórmulas usadas e sistemas estéreis. Eu,
sozinho em meu ateliê da Rua Compagne Premiére, começava a perceber os
primeiros fantasmas de uma arte mais completa, mais profunda, mais complexa e
para dizer-la em uma palavra, arrisco a dar cólicas no fígado de um crítico
francês, mais metafísica.
Seus temas eram voltados a manequins de alfaiate,
estátuas sem rosto e silhuetas, dispostos em ruas ameaçadoras vazias, sob a luz
crua. As ruas de Florença, cidade em que morava na sua fase metafísica, também
são bastante retratadas, sempre de maneira melancólica e misteriosa, com
sombras estranhas e imagens escuras[2].
Além
de Giorgio de Chirico, outro artista que aderiu ao movimento metafísico foi
Carlo Carrà, por volta de 1917. Graças à junção desse grande artista ao
movimento, a pintura metafísica se concretizou propriamente. Carrà era um futurista,
mas aderiu a este movimento depois de conhecer as propostas de DeChirico. Foi
pouca sua produção nessa fase, e a obra mais conhecida é A Musa Metafísica, onde o artista coloca uma manequim jogadora de
vôlei, com vários objetos irracionalmente justapostos e curiosamente
perturbadores[3].
A pintura metafísica durou até por volta de 1920, quando
ambos os artistas mais influentes do movimento seguiram outros caminhos.
Giorgio de Chirico abandonou essa arte por um estilo mais convencional, mais
clássico³.
Alguns autores consideram essa pintura surrealista,
citando apenas o nome metafísico como característica da pintura. Por ser uma
arte mais misteriosa e, por vezes, sombria, é dita como uma influência do
surrealismo[4].
[1]
SÁENZ,
OLGA. Giorgio de Chirico y la pintura metafisica. México: Universidad Nacional Autonoma de
Mexico, 1990, p. 11-12.
[2] PROENÇA, GRAÇA. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 2003, p. 165.
[3] Arte: o guia visual definitivo. Consultor editorial Andrew
Graham-Dixon; [traduzido por Eliana Rocha]. São Paulo: Publifolha, 2011, p.
429.
[4] Informação concluída a partir
de outros livros, como: JANSON, H. e ANTHONY JANSON. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 377;e STRICKLAND, CAROL. Arte Comentada: Da Pré-História aoPós-
Moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 149. Livros onde ambos os autores consideram a arte de Giorgio de
Chirico e Carlo Carrà uma obra surrealista.
Figura 1: Giorgio
de Chirico, El enigma del oráculo.
Óleo sobre tela,
1911. Coleção Privada |
Figura 2: Giorgio
de Chirico, A Grande Torre. Óleo
sobre tela, 123.5 x 52.5
cm, 1913.
Kunstsammlung
Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf, Germany
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