domingo, 27 de novembro de 2011

PINTURA METAFÍSICA



Grupo: Amanda Patrícia de Oliveira, Francielly Tamiozo, Gracijane Mara de Oliveira

Por volta da Primeira Guerra Mundial, vários movimentos artísticos surgiram trazendo novas propostas para a arte moderna. Entre elas, destacaram-se o Futurismo e a Pintura Metafísica, como principais tendências da época na Itália. Com propostas opostas, o Futurismo veio como apoiador da Guerra, crendo que a sua realização traria expansionismo mecatrônico à Itália, e trazendo como proposta artística a veneração à velocidade. Já a Pintura Metafísica, em contradição ao anterior, trouxe obras com propostas antagônicas à Primeira Guerra, com obras que mostram o silêncio, a solidão e o mistério.
O movimento metafísico surgiu da obra pictórica de Giorgio de Chirico, artista nascido na Grécia, porém considerado italiano, por volta do ano de 1910, quando o artista pinta a obra El enigma del oráculo, quadro em que convida o espectador ao silêncio, à meditação e ao sonho. A partir desse quadro, De Chirico nos apresenta a sua proposta metafísica, sendo um antagonismo à obra futurista, representando sempre o silêncio, com cores mais sóbrias como branco e tons terrosos e acinzentados[1].
Nas obras de DeChirico há uma nostalgia do antigo, do mistério e das ruínas. Ele tinha certa capacidade de fazer um observador ter um novo e perturbador olhar sobre o que é familiar, recriando a realidade através do seu eu interior. Como ele mesmo citou certa vez¹:

Ao meu redor, a faixa internacional de pintores modernos se agitava estupidamente em meio de fórmulas usadas e sistemas estéreis. Eu, sozinho em meu ateliê da Rua Compagne Premiére, começava a perceber os primeiros fantasmas de uma arte mais completa, mais profunda, mais complexa e para dizer-la em uma palavra, arrisco a dar cólicas no fígado de um crítico francês, mais metafísica.

            Seus temas eram voltados a manequins de alfaiate, estátuas sem rosto e silhuetas, dispostos em ruas ameaçadoras vazias, sob a luz crua. As ruas de Florença, cidade em que morava na sua fase metafísica, também são bastante retratadas, sempre de maneira melancólica e misteriosa, com sombras estranhas e imagens escuras[2].
Além de Giorgio de Chirico, outro artista que aderiu ao movimento metafísico foi Carlo Carrà, por volta de 1917. Graças à junção desse grande artista ao movimento, a pintura metafísica se concretizou propriamente. Carrà era um futurista, mas aderiu a este movimento depois de conhecer as propostas de DeChirico. Foi pouca sua produção nessa fase, e a obra mais conhecida é A Musa Metafísica, onde o artista coloca uma manequim jogadora de vôlei, com vários objetos irracionalmente justapostos e curiosamente perturbadores[3].
A pintura metafísica durou até por volta de 1920, quando ambos os artistas mais influentes do movimento seguiram outros caminhos. Giorgio de Chirico abandonou essa arte por um estilo mais convencional, mais clássico³.
Alguns autores consideram essa pintura surrealista, citando apenas o nome metafísico como característica da pintura. Por ser uma arte mais misteriosa e, por vezes, sombria, é dita como uma influência do surrealismo[4].




[1] SÁENZ, OLGA. Giorgio de Chirico y la pintura metafisica. México: Universidad Nacional Autonoma de Mexico, 1990, p. 11-12.
[2] PROENÇA, GRAÇA. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 2003, p. 165.
[3] Arte: o guia visual definitivo. Consultor editorial Andrew Graham-Dixon; [traduzido por Eliana Rocha]. São Paulo: Publifolha, 2011, p. 429.
[4] Informação concluída a partir de outros livros, como: JANSON, H. e ANTHONY JANSON. Iniciação à História da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 377;e STRICKLAND, CAROL. Arte Comentada: Da Pré-História aoPós- Moderno. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002, p. 149. Livros onde ambos os autores consideram a arte de Giorgio de Chirico e Carlo Carrà uma obra surrealista.



Figura 1: Giorgio de Chirico, El enigma del oráculo.
Óleo sobre tela, 1911. Coleção Privada
Figura 2: Giorgio de Chirico, A Grande Torre. Óleo sobre tela, 123.5 x 52.5 cm, 1913. 
Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf, Germany
Figura 3: Giorgio de Chirico, Mistério e Melancolia de uma Rua.
Óleo sobre tela, 87x71 cm, 1914. Coleção Privada

Figura 4: Carlo Carrà, A Musa Metafísica. Óleo sobre tela, 89x65 cm, 1917.
Pinacoteca di Brera, Milão, Itália


Figura 5: Giorgio de Chirico, Piazza d’Itália. Óleo sobre lona, 35.2 x 25 cm, 1917
Galeria de Arte de Ontario, Toronto, Canadá



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