Em 1915, o arquiteto-designer belga Henry van de Velde,
então Diretor da Escola de Artes Apliadas de Weimar, procurou o arquiteto
alemão Walter Gropius e lhe propôs que o sucedesse. Nenhum dos dois poderia
sequer imaginar o extraordinário e controverso impacto que a escola de Gropius
teria desde então.
A Bauhaus foi considerada a mais influente e famosa
escola de arte do século XX[1]. Tornou-se o centro de
algumas das mais utópicas ideologias e tendências da época. O termo bauhaus - haus, "casa", bauen, "para construir"[2] – permite-nos entender o
sentido que conduz o programa da escola: a idéia de que o aprendizado e o
objetivo da arte ligam-se ao fazer artístico, evocando a antiga reintegração
das artes e ofício.
No complexo de edifícios
projetados por Gropius são definidas as abordagens características da escola.
São elas as pesquisas formais e as tendências construtivistas realizadas com o
máximo de simplicidade da utilização do solo e na construção; a atenção às
características específicas dos diferentes materiais que utilizavam, como a madeira,
vidro, metal; a idéia de que a forma artística deriva de um método, ou
problema, previamente definido o que leva à correspondência entre forma e
função; e o recurso das novas tecnologias, a incorporação de novos meios
na arte. Assim ocorreu a produção de objetos mobiliários, de tapeçaria,
luminárias, entre outros.
O ano de 1928
marca a saída de Gropius da direção e sua substituição pelo arquiteto suíço
Hannes Meyer, que marcou uma ênfase mais social em relação ao design, resultada em uma produção
artística mais simples, barata e desmontável. Com o tempo, a pressão do nazismo sobre Meyer
faz com que em 1930 a escola passe a ser dirigida
pelo arquiteto Mies van der Rohe. E então, pelos mesmos motivos, dois anos
depois, é oficialmente fechada.
A Bauhaus possuiu uma breve história de catorze anos e
apenas 1.250 alunos. Porém, sua fama continua exercendo grande fascínio sobre
as novas gerações desde então. A história da escola é, em suma, a história do
surgimento do design moderno e das relações da arte com a tecnologia das
máquinas.
A equipe da Bauhaus contou com as seguintes
personalidades: o arquiteto e designer Marcel Breuer, da Hungria; o arquiteto
Ludwig Mies van der Rohe, alemão ex-aluno de Peter Behrens. O arquiteto suíço
Hannes Meyer que assumiu a diretoria da Bauhaus quando o Gropius se afastou, em
1928; Lászió Moholy-Nagy, ex-estudante
de Direito em Budapeste e que se tornou educador e construtivista dos mais
controvertidos; Johannes Itten, designer suíço adepto da filosofia e religião
orientais. Paul Klee, ex-membro do grupo expressionista alemão Der Blaue Reiter e notório adepto dos
princípios de composição harmoniosa.
E finalmente Wassily Kandinsky, russo que também
participou da Blaue Reiter e que defendia
a improvisação criativa e a arte “sem conteúdo”. Ele decidiu integrar-se à
Buahaus em 1922, depois de renunciar a uma cátedra na Escola de Vkhutemus, em
Moscou.
Dessau Bauhaus Building, visão do norte, 1923 [3] |
Walter Gropius, Bloco Comercial, Bauhaus, Dessau. 1925-26 [4] |
Gunta Stölzl: cobertor com franjas, 1923. 118 x 100 cm. Lã e seda artificial. [5] |
1. 2.
1. Ludwig Mies van der Rohe with Lilly Reich; Side chair, 1931. Tubular streel painted red with came seat.
79,4 x 48,2 x 69,8 cm. Coleção Privada. Courtesy Neue Galerie New York.
2. Ludwig Mies van der Rohe; Armchair, 1927-30; Chromium-plated tubular steel and leather.
79,4 x 55,6 x 87 cm. Coleção Privada. Courtesy Neue Galerie New York.[6]
|
Paul Klee; Solução “ee.” of the Birthday Assignment, 1924. 19,4 x 13,5 cm. Tempera e cartolina/cartão |
Wassily Kandinsky: tapete do portifólio para Walter Gropius, 1924. Dimensões desconhecidas.[7] |
[1]
Bauhaus;
CARMEL-ARTHUR, Judith. São Paulo: Cosac & Naify Edições, 2001.
[2]
ORG Itaú Cultural
[3]
Bauhaus,
1919-1933; DROSTE, Magdalena. Publicado por Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung.
Kliengelhöfertr. Berlin, 2000.
[4]
Iniciação à História da Arte; JANSON, H. W e Anthony F. São Paulo:
Martins Fontes, 1996.
[5]
Bauhaus,
1919-1933; DROSTE, Magdalena. Publicado por Bauhaus-Archiv Museum für Gestaltung. Kliengelhöfertr.
Berlin, 2000.
[6] Bauhaus 1919-1933: workshops for modernity; BERGDOLL,
Barry e DICKERMAN, Leah. The
Museum of Modern Art, New York (December 11, 2009)
[7] Bauhaus,
1919-1933; DROSTE, Magdalena. Publicado por Bauhaus-Archiv
Museum für Gestaltung. Kliengelhöfertr. Berlin, 2000.
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