Grupo: Wanick Correa Flores
O termo Neoplasticismo[1] refere-se ao movimento
artístico de vanguarda liderado pelo arista plastico Piet Mondrian,
relacionado à arte abstrata. Defendia uma total limpeza
espacial para a pintura, reduzindo-a a seus elementos mais puros e buscando
suas características próprias. A necessidade de ressaltar o aspecto artificial
da arte (criação humana), fez com que os artistas deste movimento, os que se
fizeram mais notados como Mondrian e Theo Van Doesburg, usassem apenas as cores
primárias – vermelho, amarelo e azul em seu estado maximo de saturação, ou seja
artificial, assim como o branco e o preto - inexistentes na natureza, o
primeiro sendo presença total e o segundo ausencia total da luz.
O movimento de arte e pesquisa realizado pelos artistas
neoplástics foram essenciais para a arquitetura moderna, assim como a formulaçã
do que hoje se conhece por design.
Apesar de afastados da Bauhaus devido a questões pontuais, ambos os movimentos
fazem parte de um mesmo universo cultural.
Embora muitos vejam Neo-Plasticismo como
produto da revolta moral contra a violência irracional que assolava a Europa,
alguns outros fatores foram essenciais para o nascimento do movimento, como o
cubismo, que desfigurou os modos tradicionais de representação; o idealismo e
austeridade do protestantismo holandês; o viés místico da teosofia, movimento
do qual Piet Mondrian era membro.
O
movimento teosófico alegava ter resolvido o conflito entre espiritualidade e
ciência (evidenciado principalmente pela teoria da evolução de Darwin), ao
aplicar o conceito de evolução a uma escala cósmica – todo o universo estaria
evoluindo, não só as espécies, e nós estaríamos vivendo sucessivas encarnações
rumo à perfeição. A doutrina influenciou o matemático M.H.J. Schoenmaekers,
especialmente no tratado “Matemática Expressiva”, que acabou por influenciar de
maneira forte a concepção artística de Piet Mondrian na fase inicial do
Neo-Plasticismo.
Sendo
assim esse estilo era visto por seus integrantes como mais do que um movimento
artístico, possuía então um caráter quase messiânico, uma forma de filosofia e
religião. Seus ideais primários era promover uma síntese místico-racional, uma
busca pela ordem, pela harmonia perfeita existente que poderia ser acessível ao
homem e à sociedade desde que este se subordinasse a ela. Trata-se de uma
missão de caráter ético-espiritual, a tentativa de alcançar a beleza universal
citada por Mondrian.
Previa-se
que essa harmonia só poderia ser alcançada segundo os membros do grupo, com a
obediência às leis que regem a produção artística, uma arte não figurativa, uma
forma pura de representar o espírito humano, a arte se expressaria de maneira
purificada e abstrata.
A arte não figurativa é fruto da intuição pura, do pensamento puro, embora tanto Mondrian quanto Van Doesburg admitam que os estímulos do mundo exterior são indispensáveis, pois eles provocam o desejo da criação, o desejo de tornar concreto através da obra de arte aquilo que só podemos sentir de forma vaga e imprecisa, mas que é inerente à vida e subjacente à realidade visível.
[1]
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