O cubismo é uma fruição do pensamento moderno, é uma
fragmentação do espaço tridimensional construído a partir de um ponto de vista
fixo; as coisas existem mantendo relações múltiplas, umas com as outras e mudam
de aparência de acordo com o ponto de vista escolhido para olhá-las. (SYPHER,
1995, p. 196)[1]
O cubismo se originou em
Paris (1907-1914), movimento que resultou em afastamentos muito mais radicais
da tradição ocidental de pintura do que mesmo os acordes cromáticos
expressionista de Kandinsky.
O cubismo não se propunha a abolir a representação,
apenas reformá-la. (GOMBRICH, 1981, p.
452)[2]
O principal representante do
cubismo foi Pablo Picasso (1881-1973) que aos 19 anos de idade foi a Paris onde
pintou assuntos que agradavam impressionistas: mendigos, marginais, vagabundos poucos
e gente de circo. Evidentemente insatisfeito com sua pintura começou a estudar
arte primitiva, para qual Gauguin e Matisse, haviam chamado a atenção. Picasso
aprendeu a construir um rosto ou um objeto a partir de elementos muitos simples.
Eles haviam reduzido as formas da natureza a um padrão
plano. (GOMBRICH, 1981, p. 456)²
Os pintores cubistas
escolhem usualmente motivos familiares – guitarras, garrafas, fruteiras ou
ocasionalmente, uma figura humana – onde pode facilmente encontrar o caminho
através dos quadros e entender as relações entre as várias partes.
Sabemos que artistas de todos os períodos tentaram
apresentar suas soluções pessoais para o paradoxo essencial da pintura: a
reprodução da profundidade numa superfície plana. O cubismo foi uma tentativa,
não de encobrir esse paradoxo, e sim de explorá-lo para novos efeitos.
(GOMBRICH, 1981, p. 458)²
Estudiosos
identificam o surgimento do cubismo com a obra Les demoiselles d’Avignon de
Picasso, influenciada pela escultura negra e pelas banhistas de Cézanne.
Os
cubistas pintam, também, a natureza morta de maneira diferente. Geometrizam o
espaço para suas representações. Procuram expor todas as faces do objeto no
plano. Como em todos os movimentos modernistas, a pintura deixa de copiar a
realidade e passa a representar, a pintura é encarada como pintura.
No
analítico, há uma fragmentação do objeto, destruindo a forma, há mais uso de
marrom e cinza. No sintético, pode-se observar melhor a forma, utilizam mais
cores e feições decorativas; após um tempo apareceram outras formas de
representação, entre elas a colagem (papier collé).
PRINCIPAIS
REPRESENTANTES
§ Paul Cézanne
§ Pablo Picasso
§ Juan Gris
§ Umberto Boccioni
§ Georges Braque
UMBERTO BOCCIONI. Horizontal volumes. 1912.
Óleo sobre tela. 95x95,5 cm. Staatsgalerie Moderner Kunst, Munich.
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Umberto Boccioni participa, também, do futurismo. No Modernismo é comum um artista participar de vários movimentos.
Observamos nesta
obra, uma representação que vai além da tridimensionalidade por tentar mostrar
todas as faces do homem.
JANSON, H. W. e A. F. Iniciação à História da Arte. 3ª edição – São Paulo: Martins Fontes, 2007.
GEORGES BRAQUE. Violino e jarro (cubismo
sintético). 1910. Óleo sobre tela. 117 x
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A desconstrução do homem moderno, que
podemos observar nessas obras, se deu no período entre guerras, onde a
sociedade passava por um caos e questionamento dos valores da época.
Georges Braque teve
uma cegueira temporária após ferir-se servindo a frente de batalha.
JUAN GRIS. O Pierrô (cubismo analítico).
1919. Coleção particular. Paris
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Gris é outro grande
nome do cubismo. Permaneceu cubista até a morte. Suas obras evoluem
constantemente durante a guerra. Fez desenhos matemáticos para esquematizar
suas obras, buscando uma composição harmoniosa.
PABLO PICASSO. Ambroise
Vollard. 1909-10. Óleo sobre tela, 0,91 mx 0,65 m. Museu Pushkin, Moscou
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PABLO PICASSO. As senhoritas de Avignon. 1907. Óleo sobre tela, 2,44 mx 2,33 m. Museu de Arte Moderna, Nova York (Adquirido através do legado de Lillie P. Bliss) |
PABLO PICASSO. Três Músicos. 1921. Óleo sobre tela, 1,90 mx 2,23 m. Museu de Arte Moderna, Nova York (Fundação Simon Guggenheim) |
PABLO PICASSO. Três
Bailarinas. 1925. Óleo sobre tela, 2,14 mx 1,43m. Galeria Tate, Londres
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[2] GOMBRICH, E. H. A História da Arte. 2ª edição - Rio de Janeiro: Zahar
Editores, 1981.
CAVALCANTI, CARLOS. História das Artes - da Renascença fora da Itália até nossos dias. 3ª Edição. Editora Rio, 1978.
HARRISON, CHARLES. Modernismo - movimentos da Arte Moderna. Tate Gallery, 1997.
STANKOS, NIKOS. Conceitos da arte moderna. Editora Zahar, 2000.
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