Grupo: Amanda Kawano, Daniela Sato e Ong Pei Hun
Vanguarda iniciada na Itália e difundida posteriormente em toda Europa, teve como principal precursor o poeta Filippo Tommazo Marinetti, que em 20 de fevereiro de 1909 propiciou o nascimento do movimento. Com o sentimento de impaciência diante da falta de desenvolvimento nacional pelas suas tradições, Marinetti cria uma nova tendência artística para superar as outras vanguardas, através do Manifesto Futurista. O Futurismo possuía três pintores importantes para movimento: Umberto Boccioni, Luigi Russolo e Carlos Carra.
Vanguarda iniciada na Itália e difundida posteriormente em toda Europa, teve como principal precursor o poeta Filippo Tommazo Marinetti, que em 20 de fevereiro de 1909 propiciou o nascimento do movimento. Com o sentimento de impaciência diante da falta de desenvolvimento nacional pelas suas tradições, Marinetti cria uma nova tendência artística para superar as outras vanguardas, através do Manifesto Futurista. O Futurismo possuía três pintores importantes para movimento: Umberto Boccioni, Luigi Russolo e Carlos Carra.
Marinetti desejava se diferenciar de outros movimentos,
com isso, ele promulgava seus conceitos de velocidade, guerra, dinamismo e
futuro em seus poemas. Essa nova tendência artística exigia inovação estética,
na qual exaltassem as delícias da velocidade e da energia mecânica, desprezando
desta maneira todos os vínculos com as artes tradicionais e artes do passado. Diferente
dos outros movimentos, a alcunha Futurismo deu-se pelo próprio Marinetti, para
reforçar o conceito de velocidade e futuro.
Afirmamos que a magnificência do mundo
se enriqueceu de uma beleza nova: a beleza da velocidade. Um carro de corrida
adornado de grossos tubos semelhantes a serpentes de hálito explosivo... Um
automóvel rugidor, que parece correr sobre a metralha, é mais belo que a
Vitória de Samotrácia. (Marinetti, 1909).[1]
Em uma conferência em 1911, Boccioni fez um comentário
sobre os pintores do Futurismo, citando a seguinte frase: "Queremos
representar não a impressão óptica ou analítica, mas a experiência psíquica e
total" (Lynton, 1991, p.88).[2]
A pintura preocupava-se,
sobretudo na representação e expressividade do próprio movimento, afastando-se
da representação do real e dos efeitos ilusionistas típicos da pintura.
Proença, sobre os aspectos técnicos, disserta:
Para esses artistas não
interessava a representação de um corpo em movimento, mas sim a expressão do
próprio movimento. (...) observa-se como os artistas, que pretendiam evitar
qualquer relação com a imobilidade, recusaram toda representação realista e
usaram, além de linhas retas e curvas, cores que convincentemente a velocidade.
(PROENÇA, 2010, p.164)[3]
Materiais como vidro, madeira, cartão, ferro, cimento,
crina, couro, pano, espelho, luz elétrica e muitos outros foram sugeridos por
Boccioni para renovar a escultura, asfixiada pelas esculturas monumentais de
pedra e bronze.
A primeira grande mostra
ocorreu em Milão em 30 de abril de 1911, onde Boccioni, Russolo e Carra
enviaram cerca de 50 obras para a exposição, dividindo ainda espaço com obras
infantis. A grande curiosidade do publico eram mais voltadas para aos nomes dos
temas do que os seus trabalhos em si. Receberam no final uma critica mordaz de
Ardengo Soffici, na qual a publicou na revista La voce de Florença, em que gerou em uma grande confusão e violência
entre os artistas e o critico, contudo no final da historia, eles tornaram-se
grandes companheiros. Viajaram sob o financiamento de Marinetti para Paris, e
lá Severini apresentou-os para os principais artistas cubistas. Trabalharam vorazmente
em suas pinturas, colocaram tudo o que haviam aprendido pelos grandes mestres
em prática, depositando em suas obras maior complemento de divisionismo
cromático e fragmentos formais de inspirações cubistas.
Reuniram diversas telas
novas e repintadas, e expuseram na galeria de Paris, Galerie Bernheim-Jeune, inaugurada no dia 5 de fevereiro de 1912, e
logo após a exposição viajou por toda a Europa. Em Berlim, um banqueiro comprou
as 24 obras do total de 35 da exposição, na Galeria Der Sturm. A nova coleção do banqueiro foi subseqüentemente exposta
em diversas galerias, aumentando o grau de influência do movimento, contudo o
grande boom ocorreu entre 1913-14 em
Chicago; Marinetti realizou conferências com grande êxito, ocorrendo desta
forma, diversas manifestações na Itália e em outros países e como conseqüência
encontrou diversos discípulos e defensores do futurismo em toda parte do mundo.
Já no fim do Futurismo,
Carrá permaneceu mais próximo ao cubismo analítico e sintético, e que durante a
Guerra, voltou-se ao realismo; Severini aprofundou-se igualmente a Carrá ao
cubismo, entretanto, logo combinou planos cubistas com notações cromáticas
divisionistas, aproximando-se do abstracionismo, porém possuíam títulos
explicativos; as telas de Russolo possuíam energia e movimento, contudo não
contribuiu tanto como pintor quanto como compositor revolucionário. Boccioni
era sem nenhuma dúvida o mais talentoso e inventivo entre eles. Inseriu-se
ainda na área da escultura, produzindo obras tão revolucionárias quanto suas
palavras, e as suas características eram uma espécie de interpretações de
objetos heterogêneos (cabeças, janelas, molduras, luz) na qual encontramos nas
pinturas futuristas, e também, formas únicas que davam continuidade no espaço.
A guerra de 1914-18
precipitou ao fim do futurismo, o restante dos artistas ‘transferiram-se’ para
estilos mais tradicionais e Marinetti satisfez aos seus ideais políticos
ajudando o fascismo conquistar o poder na Itália. Contudo o Futurismo teve a
sua influência fundamentalmente importante e duradoura na historia. Partilhando
um elo com o cubismo, suas conquistas foram de suma importância também para o mesmo:
sem as atividades dos italianos, os cubistas jamais teriam desempenhado um
papel tão grande na arte moderna.
O Futurismo inaugurou uma
nova tradição na arte: a escrita de manifestos favoráveis e expositores dos
movimentos a eles pertencentes. Diversos manifestos foram escritos pelos
futuristas, como Manifesto dos Pintores
Futuristas, Manifesto técnico da pintura futurista, Manifesto das mulheres
futuristas, Manifesto do Prazer e
Manifesto da escultura futurista.
[1] MARINETTI, Filippo Tommazo. O Manifesto Futurista. Paris, Le
Fígaro. 1909
[2] STANGOS, Nikos (org). Conceitos da arte moderna. Tradução,
Álvaro Cabral; revisão técnica, Reinaldo Roeis. Rio de Janeiro: JorgeZahar Ed.,
2000
[3] PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo; Editora Ática, 2010.
Umberto Boccioni, Estado da Mente: A Despedida, óleo sobre tela, 70.5 cm x 96.2 cm, 1911, MoMA. |
Luigi
Russolo, A Revolta, óleo sobre tela, 21,10 cm x 32,21 cm, 1911, Tate Museum.
Carlo
Carrá, Ritmo Plástico, Tinta sobre
papel, 10.7 cm x 7.4 cm, 1911, MoMA
.
.
Carlo
Carrá, Café Concerto, Carvão sobre
papel, 49.7 cm x 39.9 cm, 1912, MoMA.
Umberto
Boccioni, Formas Únicas de Continuidade
no Espaço, Bronze, 111.2 cm x 88.5 cm x 40 cm, 1913, MoMA.